sábado, 19 de março de 2011

Pegada Hídrica incentiva o uso responsável da água

        Com o objetivo de avançar nas estratégias de conservação da água doce, uma parceria entre WWF-Brasil, Water Footprint Network, The Nature Conservancy e USP São Carlos traz ao Brasil o criador do conceito de Pegada Hídrica, Prof. Arjen Hoekstra. Ele cumpre agenda de cursos e palestras para transmitir conhecimento técnico a instituições-chave que possam unir esforços com os parceiros para implementar a metodologia de gestão eficiente e sustentável da água no País.
A Pegada Hídrica ajuda as iniciativas públicas e privadas e a população a entender o quanto de água é necessário para a produção dos alimentos que consomem, da roupa que vestem e dos bens que adquirem. A atuação dos governos na regulação do conceito e das empresas no aprimoramento do processo produtivo pode gerar uma nova economia e um novo mercado de trabalho.

    “Problemas de água estão, muitas vezes, intimamente ligados à estrutura da economia global. Muitos países têm exportado significativamente sua pegada hídrica, importando bens com uso intensivo de água em outros lugares. Isso coloca pressão sobre os recursos hídricos nas regiões de exportação, onde muitas vezes os mecanismos de boa governança para a conservação e a racionalização da água são escassos”, expõe o Hoekstra.Embora o Brasil seja o país com a maior reserva hídrica do planeta, em muitas regiões já existe conflito pelo uso da água, o que demanda uma boa governança. Além disso, o crescimento da economia brasileira deve aumentar significativamente o uso da água nas diversas atividades produtivas”, explica Samuel Barrêto, coordenador do Programa Água para a Vida do WWF-Brasil. Dessa forma, é preciso reduzir os riscos de escassez de água e até mesmo o risco de imagem negativa, que pode estar associado a uma empresa que não utiliza bem este recurso.

    “A Pegada Hídrica está enraizada no reconhecimento de que os impactos humanos nos sistemas de água doce também estão ligados ao consumo”, explica o Prof. Mário Mendiondo, da Escola de Engenharia da USP de São Carlos. “Essa abordagem está baseada no tripé Sustentabilidade, Inovação e Empreendedorismo”, complementa. “Precisamos desconstruir a percepção de que a água vem apenas da torneira e que simplesmente consertar um pequeno vazamento é o bastante para assumir uma atitude sustentável”, ressalta Albano Araujo, coordenador da Estratégia de Água Doce do Programa de Conservação da Mata Atlântica e das Savanas Centrais do The Nature Conservancy.

    No Manual Técnico de Pegada Hídrica (disponível para download em
www.waterfootprint.org), o Prof. Hoekstra estabelece o primeiro padrão global para indicadores do uso de água doce. Esta metodologia com credibilidade científica demonstra claramente como indivíduos, empresas e nações podem quantificar a sua contribuição para melhorar o uso da água e reduzir a degradação ambiental nas bacias hidrográficas em todo o mundo.

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